Mãe é quem cria?
A resposta é NÃO.
Sei que esse tema e essa resposta tocam fortemente a dor mais profunda de muitas pessoas.
Então leia até o final e encaminhe esse texto pra quem precisa (filhos e pais), pois eu vou explicar a importância de ter consciência disso pra quem passa por alguma dinâmica semelhante.
Já falei em outros momentos sobre a lei do pertencimento. No final deste texto você terá os links dos conteúdos anteriores.
Mas recapitulando, o nosso senso de pertencimento é quase um instinto de sobrevivência.
Temos uma necessidade profunda na nossa alma de pertencer ao nosso sistema de origem.
Entenda: ALMA é completamente diferente do seu RACIONAL.
Então, não importa o que você PENSE, a sua alma quer pertencer.
E na sua alma, em todo o seu corpo, todas as suas células, o seu sangue.. Você é o seu pai e a sua mãe biológicos. 50% de cada um.
Gostando ou não, querendo ou não.
É um fato.
A sua ALMA não permite que você exclua os seus pais biológicos do seu coração.
Pois excluir eles é excluir você mesmo.
E quem não olha isso de um lugar de compreensão muito profundo terá problemas, que são sintomas em busca de algo que não pode ser excluído.
Sentimentos de vazio, raiva, medos, tristezas profundas, os sentimentos são muitos.
Sem contar os problemas de relacionamentos amorosos.
Uma dificuldade de dizer não para a mãe adotiva, com o sentimento de dívida.
Adotados, muitas vezes, se revoltam com a família que os adotou, e isso tem uma explicação, que já já vou falar.
Lu, mas a minha mãe me abandonou como olhar isso com mais amor? Como curar essas dores?
Primeiro que a filosofia sistêmica não vai ao encontro da moral e bons costumes que aprendemos ao longo da vida, por isso, muitas vezes geram tantos desentendimentos.
Muitas vezes ela vai contra o que aprendemos uma vida toda.
Mas o nosso coração é uma bússola, e você precisa se conectar com o que a sua alma quer, e não o seu racional.
É preciso abrir o coração e querer muito, MUITO mesmo, se curar.
Pois o preço muitas vezes é bem alto.
Como a falta de fluidez na vida e esses sentimentos que atormentam diariamente.
E se você é adotado, ou foi criado por outra pessoa, te convido a abrir seu coração.
Na filosofia sistêmica, o pai dá o impulso da vida (espermatozóide) e a mãe é aquela mulher que dá o óvulo, que gestou por (normalmente) 9 meses.
(Não vou entrar aqui no caso de inseminação ou coisas do gênero, vou falar do modelo clássico).
Pai e mãe é isso e ponto.
A mãe é aquela que disse “SIM” pra você todos os dias durante 9 meses. Colocou a vida dela em risco para gerar essa criança.
Querendo ou não, tentando fazer um aborto ou não, não importa, se você está lendo esse email é porque você está vivo e no fim das contas a VIDA PREVALECEU.
E na questão de ter gerado a vida, eles tiveram sucesso. Como pai e mãe eles foram perfeitos.
Depois que você nasce, quem cuida de você é o homem e a mulher. Não mais o pai e a mãe.
E esse homem e mulher.. ahhh, eles são tão imperfeitos.
E nos casos de mães que entregam seus filhos, não importa o motivo, existem várias dinâmicas por trás, que esse filho nunca saberá. E tentar entender com o racional “o porque” só piora a situação.
O filho acaba pensando que o problema é ele, e isso só aumenta o sentimento de rejeição.
Às vezes a mãe tem medo de não dar conta;
Outras vezes pode ser um padrão repetitivo familiar de mulheres que não puderam ter seus filhos (quantas antepassadas passaram por isso? na escravidão por exemplo);
Mas na grande maioria dos casos essa mãe tinha um amor tão grande por esse filho que queria dar muito mais do que ela tinha pra oferecer a ele. E para esse filho ter um destino um pouco mais leve, ela faz esse movimento.
Pode acreditar, é muito doloroso para uma mãe entregar seu filho. E ela, provavelmente, vai sentir essa culpa para o resto da vida dela.
E o que esse filho precisa ter no coração: Que não foi culpa dele. Não é com ele, mas com toda a história que veio antes disso. Que é SEMPRE muito pesada.
Ou você acha que uma família estruturada, saudável e com condições emocionais e financeiras faria isso?
Só uma história de muita dor faz uma mãe entregar seu filho.
E a realidade é: Essa é a história, o sistema e a realidade desse filho.
E agora o próximo passo.
Essa criança foi adotada ou criada por outra pessoa. Essa outra mulher é a mãe dela?
Não, não é.
Querer substituir esse lugar é ignorar e excluir toda a história. Todas as informações que estão nas suas células.
Claro que você pode chamar de mãe e ter todo o respeito, consideração e tudo o mais que essa pessoa merece e com todo o direito.
O problema está em querer substituir.
Tanto o filho “querer” que os adotivos sejam os biológicos, excluindo eles de um lugar que é impossível excluir.
Quanto os pais não respeitarem a história desse filho e querer ocupar o lugar que não é deles.
Por isso muitos filhos se revoltam com a família adotiva.
Já que ele é os pais dele, e os adotantes não reconhecem, não respeitam a história e não incluem o sistema de origem. Esse filho não se sente visto e respeitado.
E isso acontece principalmente quando os adotantes adotam por não poder ter filhos.
Perceba que nesse lugar são os pais adotantes que precisam dos filhos.
E não os filhos que precisam dos pais, que seria o correto.
Então a melhor postura para adotar é pela criança, e não pelos pais.
Os pais adotam pois aquela criança precisa ser cuidada e educada. E não para suprir um vazio (de um filho que não pode vir, por exemplo).
Os pais biológicos tiveram sucesso, mas o homem e a mulher comum e imperfeitos que são, não deram conta. Então vem um outro homem e mulher comum (adotantes) e dá o que os biológicos não puderam dar.
E com isso os pais adotivos estão a serviço dos pais biológicos.
Vou repetir pois essa é uma das frases mais importantes:
OS PAIS ADOTIVOS ESTÃO A SERVIÇO DOS PAIS BIOLÓGICOS.
E com esse movimento, ambos os pais conseguem se agradecer e se reverenciar na alma.
A biológica agradece pelo serviço que ela não pôde dar.
E a adotiva agradece por ter a oportunidade de fazer esse serviço tão nobre e poder servir.
De qualquer forma, os dois sistemas estão a serviço um do outro.
Por isso a adoção não pode ser um segredo, ou um assunto “proibido”. O proibido demonstra essa “exclusão”
Todo filho tem o direito de saber quem é seu pai e sua mãe e o que for possível da sua história.
Mesmo porque os segredos que trazem dor ao sistema só são curados quando deixam de ser um segredo.
Caso contrário a tendência dessa dinâmica se repetir em uma ou duas gerações é grande.
Sei que é um tema forte e profundo e se você está em alguma dinâmica semelhante, deixe reverberar no seu coração antes de qualquer ação prática que você tenha o impulso de fazer.
Eu tenho o atendimento ALINHAMENTO SISTÊMICO onde consigo te ajudar de forma prática e buscar soluções possíveis dentro do seu contexto.
Ou o atendimento de Constelação Familiar que ajuda muito nessa compreensão do seu lugar.
Pois muitos filhos não se sentem pertencentes a família adotante, exatamente por não pertencer de verdade, lá na raiz do negócio.
E muitos outros filhos não “reivindicam” esse direito de saber da sua história com medo de magoar ou achar que está traindo a mãe adotiva.
Se é o seu caso, diga no seu coração: “O meu coração é bem grande e nele cabem todos vocês. Cada um no seu lugar, mas todos aqui.
Eu respeito e concordo com a minha história.”
E você pode dizer também: “Mamãe, eu senti muito a sua falta, e sinto até hoje”
Esses sentimentos precisam ser reconhecidos.
Como falei, tenho atendimentos que consigo te direcionar e auxiliar nessa compreensão.
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Whats: (48) 991761676
Recomendo o filme Mãe X Androides que está na Netflix. Lá mostra uma mulher que queria muito sobreviver pois estava grávida, e todo o filme acontece em torno disso.
Ele pode ser um pouco chato de ver, mas vale muito a pena chegar no final.
Espero que tenha chegado com muito carinho no seu coração pois sei que é uma dinâmica muito delicada e que gera muitas dores profundas.
Leia quantas vezes precisar para entender.
Compartilhe com quem precisa dessa informação riquíssima.
Depois me diz lá no Instagram o que achou desse texto.
Com carinho,
Luciana Nunes
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