Filme muito sistêmico que fala sobre o pertencimento.
Toda a família de Mirabel tem algum poder especial, ou seja, recebeu um dom mágico. Menos ela, que não tem nada de especial.
Por esse motivo ela é considerada a diferente e tomam um cuidado especial pra ela não “atrapalhar” as reuniões em família. Pois é como se ela não pertencesse.
No inicio do filme mostra uma foto de todos, mas sem ela.
Acontece que as pessoas que receberam o dom, ficam presas a ele e no fundo elas não podem ser quem elas querem ser, pois precisam agir apenas de acordo com o dom.
Para pertencer, elas abrem mão da vida pelo dom.
E isso torna a vida dessas pessoas pesadas, pois precisam alimentar aquele rótulo.
E tem uma hora que ela fala “precisamos entender que somos mais que os dons”. Ou seja, ter a própria identidade e fazer coisas que são leves para cada um.
Tem um tio (Bruno) que também é excluído, que nesse caso, não se pode nem falar o nome dele. O dom dele é de trazer premonições, ou seja, ele trás boas e más noticias. E por isso foi “expulso”.
Outro momento que me chamou atenção como terapeuta é quando ela vai atrás de algo que ela precisa fazer e o tio Bruno, diz que ela precisa abraçar a irmã dela (ela tem uma rixa com a irmã).
Então Maribel faz uma cara feia e ele diz “é assim toda vez”.
Ou seja, quando vocês vêm buscar respostas nas terapias, normalmente vão ver coisas que é exatamente o que estão evitando.
Que seria, incluir o excluído.
E no fim, a Maribel, que era a única que não tinha um dom, era a que tinha o maior dom.
De quebrar os padrões da família e poder mostrar pra cada um que eles são mais que o dom.
Você é o dom.
A sua vida é o dom.